Jaguar: “Vale-Tudo é coisa de viado”

Por Guilherme Cruz

Foto divulgação

Um dos maiores jornalistas e cartunistas do Brasil, Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, mais conhecido como Jaguar, foi um dos fundadores do jornal O Pasquim, que revolucionou o jornalismo ao se rebelar contra o regime militar no Brasil, no final da década de 60. Comemorando 40 anos do lançamento do jornal, relembramos uma entrevista histórica com o cartunista, publicada na Revista TATAME em 2002.

Jaguar acompanhou de perto as primeiras lutas de Vale-Tudo da história, com o falecido Mestre Hélio Gracie. “Eu já assistia Vale-Tudo antes mesmo do diretor da Tatame nascer! Aos vinte anos, eu cheguei a praticar Jiu-Jitsu com o Pereira, um cara que era rival dos Gracies, lá na antiga sede da Associação Brasileira do Banco do Brasil de Copacabana. Me lembro de ter assistido às derrotas de Hélio Gracie contra o Kimura e o Waldemar Santana. Essa última, então, eu quase morri de nervoso... Toda vez que o Hélio passava um sufoco eu saia correndo do ginásio, ia para o boteco em frente e tomava uma dose de cachaça pra aliviar a tensão”, relembra Jaguar, que fez questão de deixar claro que não gostava de Vale-Tudo.

“Sinceramente, Vale-Tudo pra mim é coisa de viado... Os caras de sunguinha na maior agarração (risos)... Eu tive um amigo, o grande ator Carlos Kroeber, que prova essa teoria. Ele contava ter descoberto sua homossexualidade durante as Olimpíadas Universitárias, quando integrava a equipe de Luta Greco-Romana de Minas. Ele estava em uma luta decisiva quando perdeu a concentração ao perceber que havia ficado de pau duro”, contou, às gargalhadas.

“Esporte de contato é o Boxe, que evoluiu a tal ponto que os profissionais quase não se machucam. Quando sai um golpe mais duro, o cara cai e o juiz abre contagem”, disse o apaixonado por Boxe. “Já fui lutador na adolescência, mas decidi encerrar a carreira, antes mesmo de começar, depois que levei um nocaute em um torneio lá em Santos. Cheguei a fazer umas incursões como jurado e, desde então, acompanho o esporte”, afirmou o cartunista, que era vizinho de Hélio em Itaipava. “Quero registrar a grande admiração que tenho pelo Hélio Gracie, mas, cá entre nós, o cara levou uma vida de maluco. Passou a vida inteira comendo mamão e dando força ao Papa ao pregar o sexo só para reprodução”.

Para conferir esta entrevista histórica na íntegra, clique aqui e acesse a sessão Das Antigas do nosso site.

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